Madeira contra “limitar” o investimento estrangeiro no imobiliário
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O presidente do Governo da Madeira argumentou que o problema da falta de habitação na Madeira não pode ser resolvido “blindando” o investimento estrangeiro em imóveis, impedindo ações de despejo ou limitando o alojamento local.
Por TPN/Lusa, in Notícias, Portugal, Imobiliário, Negócios, Política, Madeira e Açores · 26 Cʼhwe 2025, 19:02 · 0 Comentários
“A questão [falta de moradia] tem que ser resolvida, mas não se trata de parar o mercado, o que seria absolutamente catastrófico. Não se pode parar o investimento estrangeiro aqui [Madeira], não se pode parar o imobiliário, não se pode parar toda a atividade económica que está ligada ao crescimento do imobiliário, porque isso seria suicídio”, disse o social-democrata Miguel Albuquerque
.Questionado sobre se a solução seria “limitar” ou “criar um teto” nas vendas de imóveis a estrangeiros, o chefe do executivo madeirense declarou: “Sou contra isso porque o mercado tem que funcionar e é bom que funcione”.
Em sua opinião, “essa ideia socialista de controlar os preços, controlar o mercado, leva à intervenção do Estado, o que cria disfunções no mercado e prejudica a todos”.
Sobre a limitação do alojamento local, Miguel Albuquerque considerou “importante que as câmaras municipais decidam”, avaliando o interesse para os respetivos municípios, e acrescentou que esta situação só deve ser considerada quando “estiver a prejudicar a qualidade de vida dos residentes”.
“Precisamos ter cuidado com essa limitação no momento, como todos sabem, os aluguéis sazonais proporcionaram renda adicional, especialmente para famílias que têm edifícios fora do Funchal, em muitos municípios. É um complemento importante à renda familiar, mas cabe às câmaras municipais decidir”, argumentou o governador da ilha
.Sobre o aumento das ações de despejo na região, Miguel Albuquerque alertou que “os proprietários não precisam fazer o trabalho social do Estado”, porque vivemos “em um Estado de Direito”, e existe o direito à propriedade privada.
Habitação acessível
Albuquerque destacou ainda que o Governo Regional “tem que encontrar uma solução para colocar habitação no mercado a preços acessíveis para residentes e
famílias”.Entre os mecanismos para resolver o problema, ele destacou o foco na construção de moradias cooperativas, como aconteceu na década de 90, a custos controlados, mencionando que “128 ME estão sendo investidos em habitação popular”.
“Existem outras opções, mas, neste momento, nossa principal prioridade será avançar nessas duas opções: continuar investindo em habitação acessível, continuar e reforçar rapidamente a construção a custos controlados, colocando as casas 30% abaixo do preço de mercado para famílias e com outros complementos que possam existir em termos de instalações de aquisição”, reforçou.
Miguel Albuquerque lembrou que o executivo madeirense tinha “dois projetos para lançar, não puderam ser lançados porque o governo caiu, o orçamento foi rejeitado. Um deles eram 220 apartamentos no terreno do Tecnopolo (Funchal) e outro atrás da APEL (uma escola no Funchal), além de 53 apartamentos para construção através da modalidade cooperativa”.
“Temos mais de 400 unidades em construção, algumas das quais já foram entregues”, destacou.
O governante insular disse que o Governo Regional continuará a fazer esse trabalho, indicando que as câmaras municipais e o executivo têm terrenos que podem ser cedidos às cooperativas para que possam construir e, juntamente com outras medidas, os custos podem ser reduzidos “substancialmente”.
“Temos que ter o mercado funcionando”, e precisamos resolver o problema da falta de moradia sem introduzir “disfuncionalidades, porque isso traz pobreza e desaceleração da economia, traz desconfiança, traz uma retração no investimento”, concluiu.
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